quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ufanismo


Se ele vai. Se ele se esvai. Com ele vou. Sem ele nada. Só nele sou. Por ele estou. Quando ele... Foi ele indo. Dentro dele, vindo. Comigo ele... Sou dele. Na mesma cama. Meu sonho com ele. Sono dele. Voz, nariz, eu, ele. Sozinha na cama. Dia clareando. Sem mim ele... Partiu sem mim. Deixou a pele. Orou no altar de pedras pretas alvamente decoradas. Castiçais, luzes, chamas que me protegem. De quê meu Deus? Tua cruz, eu. Sonata sã. Crisálida doce. Comida tua. Boca minha. Muito gosto teu. Eu. Gosto nosso. Temos? Esquecemos? Você talvez... desgaste temporário. Sabedoria gélida. Tua mente ininterrupta. Sussurro. Saudade de grilo que cantarola grunhindo. Gato que arrannha a janela aberta. Arregaçada, alagando tudo, destruindo, queimando a geladeira, o computador, o ventilador. O som que precisa realmente ser afogado. Ele se recusa a tocar. Vai pegar fogo. Grito: Fogo! Vai pegar... Deixou. Sumiu. Sofreguidão que é tão linda. Fale devagar: gravando! Diga. Repita: meu anjo. Repita anjo. Tomates. Adoro tomates. Você batatas. famintos. Ruas. Cemitério. Vamos a um velório onde se come e se bebe. Nos embriagar. Velar um morto de verdade. Morreu. Ele morreu? Angústia, conhece? Tomo um sorvete, você quer? Se você estivesse talvez não existesse esse sorvente com confetes. Serpentina. O carnaval já passou e já, já vem outro. Mais saudade. Saudade, mas...

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Ela preferia ser humilde e não à sua altura que era enorme: Lóri sentia que era um enorme ser humano. E que devia tomar cuidado. Ou não devia?