quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Despedida

eu que espero tanto
sou nada
eu que calada grito
sou muito
a vida incongruente que segue
no sonho
no findar da noite
quase madrugada
sinto
desdenho do fardo
assopro a volúpia
da sabedoria afoita
do tilintar dos beijos
do esgueirar dos olhares
despejo
desnuda
eu
ao cair do tempo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Poeminha

menina vem cá...
menina bunita de longos cabelos
vem aqui e não me pergunte como
não me faça horas
não me tire as manhas
me deixe ser muito
me alivie a vontade
saiba estar no abraço a tardinha
saiba ver a lua e beijar
eu você essa coisa sem fôlego
eu você esse tudo sem fim
não para depois
não corra menina bunita de longos cabelos
eu menino seu,
só entendo assim
sou amigo do amor.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Súbito

Se perdeu em poucos minutos.
Deixou a lembrança afogar a noite,
ficou ácida.
De repente ficou desdenhosa da vida
e sentiu um abandono mentiroso -
esqueceu-se dos pormenores de antes.
Verteu poucas lágrimas
sobre o lençol branco
(bordado de borboletas azuis),
não soube calar o desconforto.
Foi isso:
não soube calar sua alma - imediatista.
Foi isso.
Ela preferia ser humilde e não à sua altura que era enorme: Lóri sentia que era um enorme ser humano. E que devia tomar cuidado. Ou não devia?