quinta-feira, 13 de novembro de 2008

você

vou dizer que impulsivamente somos o impossível da noite-dia do tempo-fato das coincidências escritas por alguém que eu nem conheço e você me vem inteiro deveras mutilado, deveras amando-beijando, de todos somente a sua totalidade me liberta e me inscreve na vida mútua, na safadeza diária em suspiros estrondosos e sangue em atitude que tem hora precisa para iniciar, nunca acaba desde aquele dia-noite sonhamos o fato-tempo de poder imprimir nossa construção imprecisa, remendável a cada fala, a cada ato ressonante das suas notas complexas - dançantes por onde passamos mesmo que ainda tenhamos muito que ir, mesmo que tenhamos muito que ser e não ter o hálito soprando vivo, ainda assim seremos essa história fantástica cantada aos poucos, infinitamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Madrugada

choro-música
coração de assombro
não poder
ser
superfície alta
beijo ao longe
dentes teus
abraços
visões
peito nú
lembranças minúsculas
não por falta
por ti
menino bonito

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ar de balão

Minha menina de giz
de caligrafia impossível
sua falta
sua destreza
seus laços de cabelo
nossas incongruências
fábulas perfeitas
da sua irrealidade
de lantejoulas furta cor.
Ela preferia ser humilde e não à sua altura que era enorme: Lóri sentia que era um enorme ser humano. E que devia tomar cuidado. Ou não devia?