segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Segunda-feira

... ela acordou, foi até o computador, escutou uma musica linda e deu vontade de ficar em casa, ficar perdida, deixar as luzes apagadas e nem tomar banho. Deu vontade de fazer café e tomar muito café, café o dia inteiro. Simples: um cigarro e uma xícara de café. Sim, como naquele filme. Como em outros dias quando ainda nao tinha absolutamente nada com que se preocupar, quando ainda nao existiam contas, homens, profissao, amigos, felicidade. Ela era de uma época em que felicidade era algo intocável, indizível - apenas "sentível". Esses dias escuros tem ocorrido com frequencia, mas ainda nao posso aproveita-los. Por isso minto e finjo ser um homem, pai de familia, preocupado com a aposentadoria e com o futuro dos filhos. Sim, ainda estou fazendo analise. Talvez eu receba alta. Enquanto isso, vou até a cozinha do escritório e como mais uma rosquinha. Aproveito e coloco os fones no meu ouvido e ouço aquela música, a do computador. Tenho dois minutos.

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Ela preferia ser humilde e não à sua altura que era enorme: Lóri sentia que era um enorme ser humano. E que devia tomar cuidado. Ou não devia?